segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Outra Errata

Sorocabana

No interior a vida era inteira.
Nada me era alheio, tudo me era entranhas:
e a humanidade entre verduras
passeava de charrete;

ou na cestinha da bicicleta do peixeiro

exalava-se fresca,
cheia de mistérios nas escamas finas.

Minha rua na Parada do Alto começava perpendicular à estrada de ferro sorocabana, em frente a uma indústria têxtil, e terminava no morro onde durante anos fora encenada na semana santa a Paixão de Cristo.

Quando já estavam todos perdidos
e não havia mais rebanhos, nem sonhos

eu pensava na morte da bezerra,
na solidão
e no lamento megalômano de todas as mulas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário